tag:blogger.com,1999:blog-75246158367659409652024-03-13T03:22:09.077-07:00Mundo de IdeiasPorque entre a razão e o coração, entre a mente e o espírito, o que há é simplesmente um mundo de ideias.Liviahttp://www.blogger.com/profile/11218590074459298512noreply@blogger.comBlogger208125tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-41127870920056694682015-08-17T18:19:00.000-07:002015-08-17T18:21:04.801-07:00Por que as mulheres amam e os homens odeiam Christian Grey? - Por Livia Leal<div style="text-align: justify;">
<i>Em uma sociedade que exige das mulheres padrões de beleza inalcançáveis e, ao mesmo tempo, uma inteligência e seriedade quase que impecáveis, a figura do Christian Grey parece representar a virada de mesa feminina.</i></div>
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-EgYMKGWqXpE/VdKIIiiG-JI/AAAAAAAAAvY/In0KkJXfx48/s1600/cinquenta-tons-de-cinza.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="234" src="http://4.bp.blogspot.com/-EgYMKGWqXpE/VdKIIiiG-JI/AAAAAAAAAvY/In0KkJXfx48/s320/cinquenta-tons-de-cinza.png" width="320" /></a></div>
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Há alguns anos atrás, fervilhava nas redes sociais o sucesso avassalador – tão avassalador quanto suas críticas – de um romance de E. L. James chamado “50 tons de cinza”, que trazia o empresário Christian Grey como destinatário de um desejo sexual intenso por parte da protagonista Anastasia Steele. </div>
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Bonito, charmoso, atlético, inteligente, educado, respeitoso e, ao mesmo tempo, feroz, intenso, intrigante: Christian Grey parecia ser tudo o que qualquer mulher poderia querer para si. No entanto, o que pouca gente percebeu é que não era o Christian Grey que elas queriam, e sim o que o Christian Grey representava.</div>
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Em uma sociedade que exige das mulheres padrões de beleza inalcançáveis e, ao mesmo tempo, uma inteligência e seriedade quase que impecáveis, a figura do Christian Grey parece representar a virada de mesa feminina. Não por acaso, o sucesso do livro gerou muita indignação por parte do público masculino. Os que se consideravam respeitosos e cumpriam o papel de “bonzinhos” bradaram contra o perfil autoritário e violento do personagem, enquanto os cafajestes se sentiram afrontados e diminuídos diante da aparente “perfeição” do empresário. Muitos reagiram a “tamanho insulto” com uma crítica ferrenha: “como uma mulher que cultiva sua independência e autonomia pode desejar um homem autoritário e dominador?”.<br />
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Afinal de contas, o que elas querem?<br />
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Que o Christian Grey é capaz de tirar o fôlego das mulheres ninguém nega. Mas, na verdade, o que elas realmente queriam, mesmo sem se darem conta disso, era que os homens vestissem por um dia inteiro de trabalho os sapatos de salto, que convivessem, mesmo que por um momento, com parâmetros de perfeição humanamente inatingíveis e tivessem que lidar com a frustração de não se encaixar no perfil romântico/avassalador/bem-sucedido/bonito/objeto de desejo.<br />
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O que atraía as mulheres era a oportunidade de revelar o quão difícil é ser profissionalmente reconhecida, socialmente respeitada, mãe exemplar, e, ao mesmo tempo, manter o corpo estampado na capa da revista, ou sua autoestima intacta diante de tanta concorrência. Toda mulher tem sua própria versão feminina de Christian Grey, e luta diariamente contra a dominação dessa pretensão de perfeição que persegue o espírito feminino.</div>
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Ao que parece, o livro - que, inclusive, teve recentemente uma versão adaptada aos cinemas – ficou mesmo famoso pela abordagem da sexualidade feminina de uma forma mais aberta e ousada, recebendo muitas críticas pela relação de poder e dominação que se estabelecia entre os protagonistas. </div>
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No entanto, ali, nas entrelinhas, no apagar das luzes, reside uma identificação feminina muito mais forte com uma relação de dominação enfrentada diariamente pelas mulheres, ligada à busca pela perfeição, que muitas vezes aprisiona. No fim, todas esperam dominar – e superar – essa imagem da perfeição para aceitarem a si próprias, com seus medos, suas falhas e sua insegurança. Final feliz para Christian e Anastasia.</div>
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Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-4003355674139992972015-03-24T10:36:00.001-07:002015-03-24T10:36:32.058-07:00É menina - Gregório Duvivier<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-hKwxElMHZJI/VRGgj_UR1HI/AAAAAAAAArs/wL8DT6th4pc/s1600/imagens-imagem-de-crianca-faa0e3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-hKwxElMHZJI/VRGgj_UR1HI/AAAAAAAAArs/wL8DT6th4pc/s1600/imagens-imagem-de-crianca-faa0e3.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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É menina, que coisa mais fofa, parece com o pai, parece com a mãe, parece um joelho, upa, upa, não chora, isso é choro de fome, isso é choro de sono, isso é choro de chata, choro de menina, igualzinha à mãe, achou, sumiu, achou, não faz pirraça, coitada, tem que deixar chorar, vocês fazem tudo o que ela quer, isso vai crescer mimada, eu queria essa vida pra mim, dormir e mamar, aproveita enquanto ela ainda não engatinha, isso daí quando começa a andar é um inferno, daqui a pouco começa a falar, daí não para mais, ela precisa é de um irmão, foi só falar, olha só quem vai ganhar um irmãozinho, tomara que seja menino pra formar um casal, ela tá até mais quieta depois que ele nasceu, parece que ela cuida dele, esses dois vão ser inseparáveis, ela deve morrer de ciúmes, ele já nasceu falante, menino é outra coisa, desde que ele nasceu parece que ela cresceu, já tá uma menina, quando é que vai pra creche, ela não larga dessa boneca por nada, já podia ser mãe, já sabe escrever o nomezinho, quantos dedos têm aqui, qual é a sua princesa da Disney preferida, quem você prefere, o papai ou a mamãe, quem é o seu namoradinho, quem é o seu príncipe da Disney preferido, já se maquia dessa idade, é apaixonada pelo pai, cadê o Ken, daqui a pouco vira mocinha, eu te peguei no colo, só falta ficar mais alta que eu, finalmente largou a boneca, já tava na hora, agora deve tá pensando besteira, soube que virou mocinha, ganhou corpo, tenho uma dieta boa pra você, a dieta do ovo, a dieta do tipo sanguíneo, a dieta da água gelada, essa barriga só resolve com cinta, que corpão, essa menina é um perigo, vai ter que voltar antes de meia-noite, o seu irmão é diferente, menino é outra coisa, vai pela sombra, não sorri pro porteiro, não sorri pro pedreiro, quem é esse menino, se o seu pai descobrir, ele te mata, esse menino é filho de quem, cuidado que homem não presta, não pode dar confiança, não vai pra casa dele, homem gosta é de mulher difícil, tem que se dar valor, homem é tudo igual, segura esse homem, não fuxica, não mexe nas coisas dele, tem coisa que é melhor a gente não saber, não pergunta demais que ele te abandona, o que os olhos não veem o coração não sente, quando é que vão casar, ele tá te enrolando, morar junto é casar, quando é que vão ter filho, ele tá te enrolando, barriga pontuda deve ser menina, é menina.</div>
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Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-78844670659499383472015-01-15T08:39:00.002-08:002015-01-15T08:40:38.931-08:00Nem o plano cobre – Por Livia Leal [1]<div style="text-align: justify;">
Muitos pobres têm problema de pressão. Não é tão impressionante assim. O pobre acorda às 4h da manhã, prepara o café da manhã dos filhos e os respectivos lanches, os arruma para a creche/escola, deixa os filhos no colégio, corre para não perder o ônibus, leva quase 2h no trajeto até o trabalho (isso se o transporte público colaborar), normalmente é o primeiro empregado a chegar, trabalha todo o dia, leva mais 2h no ônibus/metrô/trem lotado para retornar, pega as crianças na escola, prepara o jantar, arruma a casa, dá banho nos filhos, dedica algum tempo a eles, os coloca para dormir, até chegar o momento de deitar para, no dia seguinte, retomar a mesma rotina desgastante de todos os dias, que pode se estender aos sábados e domingos, dependendo do ofício. No fim do mês, o que restou do pagamento das contas é destinado à realização das compras do mês e a algum momento de lazer com os filhos. Haja pressão para aguentar essa rotina, para batalhar para dar uma educação aos filhos, para provar que, com suor e dedicação, se pode ter uma vida digna.</div>
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Esses são os pobres que conheço. Imaginários não são os problemas de saúde; são os pobres criados pela Silvia Pilz.</div>
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Mas já que estamos falando de pobres, nada mais justo do que falar da pobreza. Há, de fato, a pobreza financeira, ocasionada por questões históricas e sociais, por uma má distribuição de renda, por uma sociedade em que a diversidade econômica é conveniente para alguns e mantida por um sistema que se consolidou. Mas há um outro tipo de pobreza, essa mais democrática: aquela que se reflete no preconceito, que se prende a generalizações, que inferioriza o outro ou debocha de sua condição. Os pobres desta modalidade não conseguem superar estigmatizações, ficam presos no próprio ego ou ilhados em um mundo que tem o dinheiro e o poder como protagonistas e são incapazes de refletir criticamente sobre a realidade que os envolve.</div>
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Essa pobreza, muitas vezes, vem fantasiada de senso comum, de humor, e até mesmo de liberdade de expressão. E o remédio contra essa pobreza, a pobreza de espírito, cara Silvia Pilz, infelizmente, nem o plano de saúde cobre.</div>
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[1] Esse texto é uma resposta ao artigo “O Plano Cobre”, da colunista Silvia Pilz, publicado em “O Globo”. Veja o texto: <a href="http://oglobo.globo.com/%E2%80%A6/20%E2%80%A6/01/13/o-plano-cobre-558602.asp">http://oglobo.globo.com/…/20…/01/13/o-plano-cobre-558602.asp</a></div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-29538934658851050222014-12-18T09:34:00.003-08:002014-12-18T09:34:26.097-08:00Amor - Clarice Lispector<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-3pBvWQiKQBI/VJMQFyVbhdI/AAAAAAAAAp0/lIyd53OVMYQ/s1600/fingir-300x296.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-3pBvWQiKQBI/VJMQFyVbhdI/AAAAAAAAAp0/lIyd53OVMYQ/s1600/fingir-300x296.jpg" /></a></div>
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Uma vez há muito tempo encontrei numa fila qualquer um amigo e estávamos conversando quando ele se espantou e me disse: olhe que coisa esquisita. Olhei para trás e vi - da esquina para a gente - um homem vindo com o seu tranquilo cachorro puxado pela correia.</div>
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Só que não era cachorro. A atitude toda era de cachorro e a do homem era a de um homem com o seu cão. Este é que não era. Tinha focinho acompridado de quem pode beber em copo fundo, rabo longo, mas duro - e´verdade que poderia ser apenas uma variação individual da raça. Pouco provável no entanto. Meu amigo levantou a hipótese de quati. Mas achei o bicho com muito mais andar de cachorro para ser quati. Ou seria o quati mais resignado e enganado que jamais vi. Enquanto isso o homem calmamente se aproximando. Calmamente não. Havia certa tensão nele. Era uma calma de quem aceitou a luta: seu ar era de um natural desafiador. Não se tratava de um pitoresco: era por coragem que andava em público com o seu estranho bicho. Meu amigo sugeriu a hipótese de outro animal de que na hora não se lembrou o nome. Mas nada me convencia. Só depois entendi que minha atrapalhação não era propriamente minha: vinha de que aquele bicho ele próprio já não sabia o que era, e não podia portanto me transmitir uma imagem nítida.</div>
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Até que o homem passou perto. Sem um sorriso, costas duras, altivamente se expondo; não, nunca foi fácil ser julgado pela fila humana que exige mais e mais. Fingia prescindir de admiração ou piedade. Mas cada um de nós reconhece o martírio de quem está´protegendo um sonho.</div>
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- Que bicho é esse? - perguntei-lhe e intuitivamente meu tom foi suave para não feri-lo com uma curiosidade. Perguntei que bicho era aquele mas na pergunta o tom talvez incluísse: por que você faz isso? Que carência é essa que faz você inventar um cachorro? E por que não um cachorro mesmo então? Pois se os cachorros existem! Ou você não teve outro modo de possuir a graça desse bicho senão com uma coleira? Mas você esmaga uma rosa se apertá-la com carinho demais. Sei que o tom é uma unidade indivisível por palavras. Mas estilhaçar o silêncio em palavras é um dos meus modos desajeitados de amar o silêncio. E é quebrando o silêncio que muitas vezes tenho matado o que compreendo. Se bem que - glória a Deus - sei mais silêncio que palavras.</div>
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O homem sem parar respondeu curto embora sem aspereza.</div>
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E era quati mesmo. Ficamos olhando. Nem meu amigo nem eu sorrimos. Este era o tom e esta era a intuição. Ficamos olhando.</div>
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Era um quati que se pensava cachorro. Às vezes com seus gestos de cachorro retinha o passo para cheirar coisas - o que retesava a correia e retinha um pouco o dono na usual sincronização de homem e cachorro. Fiquei olhando aquele quati que não sabia quem era. Imagino: se o homem o leva para brincar na praça, tem uma hora que o quati se constrange todo: "Mas santo Deus, por que é que os cachorros me olham tanto e latem feroz para mim?" Imagino também que depois de um perfeito dia de cachorro o quati se diga melancólico olhando as estrelas: "Que tenho afinal? Que me falta? Sou tão feliz como qualquer cachorro, por que então este vazio e esta nostalgia? Que ânsia é esta, como se eu só amasse o que não conheço?" E o homem - o único a poder de livrá-lo da pergunta - este homem nunca lhe dirá quem ele é para não perdê-lo para sempre.</div>
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Penso também na iminência de ódio que há no quati. Ele sente amor e gratidão pelo homem. Mas por dentro não há como a verdade deixar de existir: e o quati só não percebe que o odeia porque está vitalmente confuso.</div>
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Mas se ao quati fosse de súbito revelado o mistério de sua verdadeira natureza? Estremeço ao pensar no fatal acaso que fizesse esse quati se deparar com outro quati, e neste reconhecer-se, ao pensar nesse instante em que ele ia sentir o mais feliz pudor que nos é dado: eu... nós... Bem sei que ele teria direito quando soubesse de massacrar o homem com o ódio pelo que de pior um ser pode fazer a outro ser: adulterar-lhe a essência a fim de usá-lo. Eu sou pelo bicho e tomo o partido das vítimas do amor ruim. Mas imploro ao quati que perdoe o homem e que o perdoe com muito amor. Antes de abandoná-lo.</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-30606776792029257172014-09-26T16:21:00.003-07:002014-09-26T16:26:21.005-07:00Não merecer - Autor desconhecido<div style="text-align: justify;">
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-KtPOsirrSmU/VCX2DzlrAjI/AAAAAAAAAn4/GW7-6d7zubw/s1600/e060f0f597ca9af453d40861125ae668dde9bab6.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-KtPOsirrSmU/VCX2DzlrAjI/AAAAAAAAAn4/GW7-6d7zubw/s1600/e060f0f597ca9af453d40861125ae668dde9bab6.jpeg" height="213" width="320" /></a></div>
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Contam que uma bela princesa estava procurando um marido. Aristocratas e endinheirados senhores tinham chegado de todos os lugares para oferecer maravilhosos presentes. Jóias, terras, exércitos e tronos estavam entre os agrados para conquistar uma criatura tão especial. Entre os candidatos, se encontrava um jovem plebeu que não tinha mais riquezas do que amor e perseverança. Quando chegou o momento de falar, ele disse: “Princesa, eu a amei toda minha vida. Como sou um homem pobre e não tenho tesouros para lhe dar, ofereço meu sacrifício como prova de amor. Ficarei cem dias sentados sob a sua janela, sem mais alimento do que a água da chuva e sem mais roupas do que as que visto agora. Esse é meu dote”. A princesa comovida por tal gesto de amor, decidiu aceitar: “Você terá a oportunidade; se passar na prova, me desposará”. </div>
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Assim passaram-se as horas e os dias. O pretendente ficou sentado, suportando o vento, a neve e as noites geladas. Sem pestanejar, com os olhos fixos no balcão da amada, o valente vassalo seguiu firme em seu intento, sem desanimar por nenhum momento. De vez em quando, a cortina da janela real deixava transparecer a esbelta figura da princesa, que, com um gesto nobre e um sorriso, aprovava a empreitada.</div>
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Tudo ia às mil maravilhas, inclusive alguns otimistas haviam começado a planejar os festejos. Quando chegou o 99° dia, os camponeses da redondeza haviam saído para incentivar o próximo monarca. Tudo era alegria e folguedo até que, de repente, quando faltava uma hora para o prazo terminar, frente ao olhar atônito do público e à perplexidade da infanta, o jovem se levantou e, sem dar explicação alguma, se afastou lentamente do lugar.</div>
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Algumas semanas depois, enquanto perambulava por uma estrada isolada, um garoto do povoado o alcançou e perguntou à queima-roupa: “O que aconteceu? Você estava a um passo de vencer o desafio, por que perdeu essa oportunidade, por que se retirou?” Muito consternado e com algumas lágrimas mal disfarçadas, respondeu em voz baixa: “Ela não me poupou de nem um dia de sofrimento, sequer de uma hora… Não merecia o meu amor”.</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-12176853000595523862014-08-27T13:25:00.000-07:002014-08-27T13:25:00.938-07:00Kafka e os Estudos - Martha Medeiros<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-XLQzb_ECx5g/U_4-jM2HnUI/AAAAAAAAAmA/29AMSn3B1x0/s1600/5-Dicas-Para-Escrever-Melhor-0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-XLQzb_ECx5g/U_4-jM2HnUI/AAAAAAAAAmA/29AMSn3B1x0/s1600/5-Dicas-Para-Escrever-Melhor-0.jpg" height="182" width="320" /></a></div>
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Fui uma aluna, digamos, razoável. Tirava notas boas, passava quase sempre por média, mas era desinteressada. Estudava o suficiente para passar de ano, mas não aprendia de verdade. Bastava alcançar as notas que me aprovariam para, instantaneamente, tudo o que havia sido decorado evaporar da minha cabeça. Não tenho orgulho algum em contar isso, me arrependo bastante de não ter prestado atenção pra valer nas aulas e de não saber mais sobre história, em especial. Mas foi assim. E só fui compreender as razões deste meu desligamento agora, ao ler "Cartas ao pai", de Franz Kafka.</div>
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Nesta carta (editada pela coleção de bolso da L&PM), ele a certa altura admite que estudou mas não aprendeu nada, apesar de sua memória mediana e de uma capacidade de compreensão que não era das piores. Considerava lastimável o que lhe havia ficado em termos de conhecimento. Disse mais ainda, e nisso exagerou: que seus anos na escola haviam sido um desperdício de tempo e dinheiro.</div>
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Não é pra tanto, estudar nunca é um desperdício, mas quando li esta confissão audaciosa eu quis saber mais. Por que isso, afinal? A justificativa: ele sempre teve uma preocupação profunda com a afirmação espiritual da sua existência, a tal ponto que todo o resto lhe era indiferente.</div>
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Há em "afirmação espiritual da existência" solenidade demais para descrever a menina que fui, mas era mais ou menos assim que a coisa se dava. O que eu queria aprender de verdade não passava nem perto do quadro-negro. O que me interessava - e interessa até hoje - eram as relações humanas, e tudo de mágico e de trágico que elas representavam numa vida. No caso, a minha vida.</div>
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Entre os 7 e os 17 anos, eu tinha urgência em estudar o caminho mais curto para ser amada. A escola era como um país estrangeiro. Pela primeira vez eu não estava em casa, nem em segurança. Tinha que aprender como fazer amizades e mantê-las, como demonstrar emoções sem me fragilizar, como enfrentar agressões sem cair em prantos, como explicar todas as minhas idéias sem me contradizer, como ser honesta e ao mesmo tempo não ofender os colegas, e nisso gastei infindáveis manhãs e tardes prestando atenção em mim e nos outros - pouco nas lições.</div>
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Havia um pátio, havia um bar, havia um portão fechado, havia os banheiros e a biblioteca, e tudo era desafiador. Eu tinha que descobrir em mim a coragem para quebrar certas regras, fumar escondido, namorar. Ficava muito atenta às diferenças entre sabedoria e hierarquia: não era possível que os professores estivessem sempre certos e os alunos, errados. E as matérias me pareciam tão inúteis... Matemática, química e física me eram desnecessárias, eu queria saber sobre teatro, música, filosofia, psicologia, sexo, paixão, eu queria entender o que me fazia ficar zangada ou em êxtase, eu queria aprender mais sobre melancolia, desespero, solidão, eu tinha especial atração pelas guerras familiares e pelas mentiras que sustentam a sociedade, eu queria ter conhecimento sobre ironia, ter domínio sobre o pensamento, entender por que alguns gostavam de mim e outros me esnobavam, lutar contra o que me angustiava. Inocente, queria saber como se fazia para ter certezas. Eu, que tirava nota máxima em bom comportamento, precisava urgentemente que me explicassem o que fazer com o resto de mim, com aquilo que eu não usufruía, a parte errada do meu ser.</div>
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"Afirmação espiritual da existência". Da escola saí faz tempo, mas nunca parei de me estudar. E Kafka, quem diria, acabou dando um bom professor.</div>
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<i>Crônica extraída do livro Coisas da Vida, de Martha Medeiros</i></div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-33805948361546902162014-07-07T05:27:00.001-07:002014-07-07T05:27:23.120-07:00O que os outros vão pensar? - Martha Medeiros<div style="text-align: justify;">
"Quando eu era pequena não tinha medo nenhum de bicho-papão, mula-sem-cabeça ou de bruxa malvada. Quem me aterrorizava era outro tipo de monstro. Eles atacavam em bando. Chamavam-se os outros. </div>
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Nada podia ser mais danoso que os outros. As crianças acordavam de manhã já pensando neles. Quer dizer, as crianças não: as mamães. Era com os outros que elas nos ameaçavam caso não nos comportássemos direito. Se não estudássemos, os outros nos chamariam de burros. Se não fôssemos amigos de toda a classe, os outros nos apelidariam de bicho-do-mato. Se não emprestássemos nossos brinquedos, os outros nunca mais brincariam conosco. E o pior é que as mães não mantinham a lógica do seu pensamento. 'Mas mãe, todo mundo dorme na casa dos amigos!' Eu lá quero saber dos outros? Só me interessa você! Era de pirar a cabeça de qualquer um. Não víamos a hora de crescer para nos vermos livres daquela perseguição. </div>
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<br /></div>
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Veio a adolescência, e que desespero: descobrimos que os outros estavam mais fortes do que nunca, ávidos por liquidar com nossa reputação. </div>
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<br /></div>
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'Você vai na festa com esta calça toda furada? O que os outros vão dizer?' </div>
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<br /></div>
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'Filha minha não viaja sozinha com o namorado, não vou deixar que vire comentário na boca dos outros’, dizia a mãe de minha namorada. </div>
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<br /></div>
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Não tinha escapatória: aos poucos fomos descobrindo que os outros habitavam o planeta inteiro, estavam de olho em todas as nossas ações, prontos para criticar nossas atitudes e ferrar com nossa felicidade. </div>
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<br /></div>
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Hoje eles já não nos assustam tanto. Passamos por poucas e boas e, no final das contas, a opinião deles não mudou o rumo da nossa história. Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles. Os outros ainda dizem horrores de nós. Ainda têm o poder de nos etiquetar, de nos estigmatizar. A gente bem que tenta não levá-los a sério, mas sempre que bate uma vontade de entregar os pontos ou de chorar no meio de uma discussão, pensamos: Não vou dar este gostinho para os outros. </div>
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<br /></div>
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Está para existir monstro mais funesto do que aquele que poda nossa liberdade."</div>
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<br /></div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-41365075932517574022014-07-01T17:29:00.001-07:002014-07-09T08:10:35.791-07:00Pregos - Martha Medeiros<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-3TwVWdsrCl8/U71bQrmJCuI/AAAAAAAAAgc/Yt1cyQAIAIc/s1600/21-prego+na+parede.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-3TwVWdsrCl8/U71bQrmJCuI/AAAAAAAAAgc/Yt1cyQAIAIc/s1600/21-prego+na+parede.jpg" height="185" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Foi de repente. Dois quadros que tenho na parede da sala despencaram juntos. Ninguém os havia tocado, nenhuma ventania naquele dia, nenhuma obra no prédio, nenhuma rachadura. Simplesmente cairam, depois de terem permanecidos seis anos inertes. Não consegui admitir essa gratuidade, fiquei procurando uma razão para a queda, havia de ter uma.</div>
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<br /></div>
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Poucos dias depois, numa dessas coincidências que não se explicam estava lendo um livro do italiano Alessandro Baricco, chamado novecentos, em que ele descrevia exatamente a mesma situação: "no silêncio mais absoluto, com tudo imóvel ao seu redor, nem sequer uma mosca se movendo, eles, zás. Não há uma causa. Por que precisamente nesse instante? Não se sabe. Zás. O que ocorre a um prego para que decida que já não pode mais?".</div>
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<br /></div>
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Alessandro Baricco, não procurava desvendar esse mistério, apenas diz que assim é. Um belo dia a gente se olha no espelho e descobre que está velho. A gente acorda de manhã e descobre que não ama mais a uma pessoa. Um avião passa no céu e a gente descobre que não pode ficar parado onde está nem mais um minuto. Zás. Nossos pregos já não nos seguram.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Costumamos chamar essa sensação de "cair a ficha", mas acho bem mais poética e avassaladora a analogia com os quadros na parede. Cair a ficha é se dar conta. Deixar cair os quadros é um pouco mais que isso. É perder a resistência, é reconhecer que há algo que já não podemos suportar. Não precisa ser necessariamente uma carga negativa, pode ser uma carga positiva, mas que nos obriga a solicitar mais força dentro de nós.</div>
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<br /></div>
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Nascemos, ficamos em pé, crescemos e a partir daí começamos a sustentar nossas inquietações, nossos desejos inconfessos, algum sofrimento silencioso e a enormidade de nossa paciência. Nossos pregos são feitos de material maciço, mas nunca se sabe quanto peso eles podem aguentar. O quanto podemos conosco? Uma boa definição de felicidade: Ser leve para si mesmo.</div>
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<br /></div>
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Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede. Estão novamente fixos no mesmo lugar. Até que eles, ou eu, sejamos definitivamente vencidos pelo cansaço.</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-80857506056249304892014-06-19T20:32:00.001-07:002014-07-09T08:11:02.398-07:00A esperança é um ato de resistência. Resista.<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-vvHn81fQA8k/U71bf9hgg0I/AAAAAAAAAgk/Y1R9HZY9-Lo/s1600/tumblr_l8uzct4bSz1qck49mo1_500.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-vvHn81fQA8k/U71bf9hgg0I/AAAAAAAAAgk/Y1R9HZY9-Lo/s1600/tumblr_l8uzct4bSz1qck49mo1_500.png" height="213" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
"Você que de quando em vez chora à noitinha, na solidão da alcova. Você que se arrebenta no cumprimento das obrigações. Que perde um tempo danado desviando das porradas de todo dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que tem medo do arrependimento um minuto depois de tomar uma decisão. Você que esconde seu pavor de morrer só, de não ter onde cair morto, de lhe faltar um gato para puxar pelo rabo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que ainda tem avós mas que pouco os vê. Que tem saudade da infância, que sente culpa por não telefonar mais seguido a seus pais. Você que já não tem pais e nem avós e quase só usa o telefone para pedir comida e responder que não, não quer assinar jornal nenhum.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que tem uma inveja inofensiva das pessoas que demonstram afeto. Você que queria ter mais irmãos, você que tem irmãos distantes, você que não tem irmão nenhum.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que ainda corta a carne no prato do filho ou da filha. Que tem criança pequena e conhece o medo doloroso de lhe faltar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O universo que me perdoe, mas o tempo podia passar mais lento</div>
<div style="text-align: justify;">
Você que se deu conta de que nunca será um astronauta, um campeão olímpico, um astro do rock. Que acha superficial e sínico quem defende que não se deve dar esmolas, quando a quem pede esmolas nada se faz para ajudá-lo a seguir outro caminho.</div>
<div style="text-align: justify;">
Você que olhou nos olhos de um mendigo e sentiu um calafrio em algum lugar insuspeitado da alma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que sentiu culpa por estar ocupado demais para ouvir um amigo quando ele mais honestamente precisou falar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que já passou horas deitado no sofá de barriga para baixo, cutucando com a unha a sujeira leve que pousa e se instala impertinente nas ranhuras do chão. Você que enxerga rostos nos desenhos dos ladrilhos. Que observou a poeira flutuando contra a luz do sol e lembrou de um amor antigo. Você que não sabe lidar com um amor novo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que, no mais das vezes, das conversas do dia a dia não ouve nada senão relinchos, cacarejos e conversas para boi dormir entupidas de preconceito e burrice.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que já se perguntou onde repousam as borboletas, enquanto imaginava sua vida secreta, e esse foi seu único instante de paz no dia confuso. Você que descobriu espantado que as baratas, quando esmagadas pelo chinelo da gente, liberam ovos que se transformarão em novas baratas que sobreviverão à hecatombe nuclear.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que já pediu a Deus um tempo para viajar a um lugar distante e ver o sol nascer de outro canto, na tentativa honesta de lavar com sabão e esponja a sua alma cheia de borras e sentimentos esverdeados, envelhecidos. Depois estendê-la no varal de um dia inteiro e deixá-la ali secando ao sol.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você que já teve a impressão de que, se não fizer alguma coisa, a vida periga se transformar em um eterno domingo à noite.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você…</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seja bem-vindo. Bem-vinda. Dá cá um abraço. Viver dói e se dói é porque você vive. Resista, deixe estar.</div>
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<br /></div>
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E acredite: para cada angústia há uma desforra gloriosa, esperando sua vez de vir ao mundo."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Fonte: Revista Bula</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-7356163523769935032014-06-06T11:05:00.003-07:002014-06-06T11:05:31.215-07:00Loucura é fundamental - Por Livia Leal<div style="text-align: justify;">
Prefiro ser louca a ser cínica. Ouso optar por continuar me espantando com o que está ao avesso, com o que rouba os nossos sonhos e é capaz de tirar o brilho do nosso olhar. Arrisco a me rebelar contra a palavra que julga, contra o gesto que oprime, contra o medo que cala e contra a conformação irresponsável. Quando se vive em um mundo em que se culpabiliza a vítima e se absolve o ladrão, corre-se o risco de naturalizar o sofrimento e de legitimar a própria violência. Então, acabamos nos tornando cínicos, viramos expectadores da dor, e, ainda que com boa dose de empatia, normalizamos o que nos desumaniza. E aí o sonho se torna sinônimo de ingenuidade, o espanto se transforma em covardia, e o sentimento passa a representar fraqueza. Em um mundo em que os dons são negligenciados e as virtudes são ridicularizadas, ficamos sujeitos ao “tanto faz”, ao “é só mais um”, enfim, à indiferença. Tem faltado imaginação, espontaneidade, e tem sobrado receio e calculismo. Tornou-se normal ter o dinheiro como única motivação, calar frente a um ato de injustiça, terceirizar a responsabilidade pela construção de um mundo mais fraterno. </div>
<br />
Se for assim, que me perdoem os cínicos, mas loucura é fundamental.<br />
<br />Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-34933921755883992252013-12-18T06:02:00.002-08:002014-08-20T15:53:18.545-07:00O que não se aprende na escola - Por Livia Leal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-EAGWXXSQLvo/U71bmxTSrhI/AAAAAAAAAgs/_3Hp67OvIIA/s1600/ler.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-EAGWXXSQLvo/U71bmxTSrhI/AAAAAAAAAgs/_3Hp67OvIIA/s1600/ler.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Em meio a tantas teorias, discussões e doutrinas, subsiste o pobre do óbvio, já esquecido e fatigado; ninguém fala mais no que seria evidente. No entanto, meus caros amigos, até o óbvio precisa ser aprendido. Quer ver?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho recebido uma série de convites para aulas de respiração. Quer coisa mais óbvia e vital do que oxigenar nossos pulmões? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E a Fonoaudiologia, os cursos sobre como discursar, terapias da fala etc, etc...? Também é necessário saber expressar bem suas ideias, seus pensamentos e seus argumentos, ou ficará deslocado em seu ambiente de trabalho, nos almoços em família e até na mesa de bar com os amigos. Muita gente fala, fala e não diz nada; é preciso aprender a falar, a utilizar este recurso que aprendemos ainda bebês, mas para o qual muitos deixam de se atentar ao longo da vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até a visão tem andado comprometida. Tem gente que vê e finge que não viu; e outros que não veem e juram que assistiram de camarote. E aqueles que passam a vida inteira enxergando apenas um caminho, enquanto há uma variedade de novas possibilidades piscando bem ao lado? Nem se fala. Não nascemos sabendo enxergar. O mundo é uma luz turva que vai sendo delineada conforme damos sentido ao que presenciamos. Saber enxergar vai muito além do que vemos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E escutar? Ah... esse ganha o prêmio! Ninguém para mais pra escutar obviedades como o som do mar à noite, o barulho do vento passando pelas folhas das árvores, a chuva caindo no telhado, o silêncio... Ouvimos, sim, tudo isso, mas não escutamos. Não paramos mais para sentir o som e o silêncio da vida. Tudo está dominado pela fugacidade dos momentos, das buzinas incessantes, dos sons eletrônicos. Escutamos mais os alertas do celular do que a nós mesmos. E o silêncio deixa de funcionar como paz de espírito e passa a significar solidão. Andamos tão vazios de nós mesmos que a obviedade de estar só, em silêncio, já incomoda.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E aí que entra o propósito desse texto. Muita gente pensa que amar faz parte do instinto, como se já nascêssemos sabendo o significado deste sentimento. A maior parte das pessoas exige do outro um amor quase natural, como obrigação existencial, e não é. É preciso aprender a amar também. O amor é, sim, aprendido ao longo da vida, construído conforme a relação com o outro se desenvolve. “Amor” à primeira vista não passa de mera simpatia. Amor de verdade é aquele aprendido e ensinado com o tempo, através de atitude e diálogo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto muita gente fala, fala e não diz nada, enxerga apenas uma possibilidade, ouve, mas não escuta, muitos estão “amando” em vão, esperando um amor terminado e eterno. Enquanto não atentarmos para as obviedades, permaneceremos absortos em complexas teorias, buscando respostas que estão bem abaixo dos nossos narizes. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até o óbvio precisa ser aprendido.</div>
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<br /></div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-39313212978393412362013-11-07T18:26:00.000-08:002014-07-09T08:12:03.694-07:00A insustentável leveza do ser<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-CYTYymM1t_I/U71bv_soJLI/AAAAAAAAAg0/l7JA5V-KUTI/s1600/sabina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-CYTYymM1t_I/U71bv_soJLI/AAAAAAAAAg0/l7JA5V-KUTI/s1600/sabina.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
"O drama de uma vida sempre pode ser explicado pela metáfora do peso. Dizemos que temos um fardo nos ombros. Carregamos esse fardo, que suportamos ou não, lutamos com ele, perdemos ou ganhamos. O que precisamente aconteceu com Sabina? Nada. Deixara um homem porque quisera deixá-lo. Ele a perseguira depois disso? Quisera se vingar? Não. Seu drama não era o drama do peso, mas da leveza. O que se abatera sobre ela não era o fardo, mas a insustentável leveza do ser."</div>
<br />
Milan KunderaLivia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-86428715185208631542013-10-26T19:00:00.001-07:002014-07-09T08:13:18.243-07:00Einmal ist keinmal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-8jVOp0YC6Lc/U71cCe_RwgI/AAAAAAAAAhM/g5RpslUNLF4/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-8jVOp0YC6Lc/U71cCe_RwgI/AAAAAAAAAhM/g5RpslUNLF4/s1600/images.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Einmal ist keinmal, says Tomas to himself. What happens but once, says the German adage, might as well not have happened at all. If we have only one life to live, we might as well not have lived at all.”</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
― Milan Kundera, The Unbearable Lightness of Being</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-79020490497131931642013-10-26T14:29:00.000-07:002014-07-09T08:12:39.045-07:00Antes que elas cresçam - Affonso Romano de Sant'Anna<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-YVExrw5YVQI/U71b4mRPOcI/AAAAAAAAAhE/iduRLNlleNs/s1600/pais-e-filhos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-YVExrw5YVQI/U71b4mRPOcI/AAAAAAAAAhE/iduRLNlleNs/s1600/pais-e-filhos.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No princípio, subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-58236633679936238792013-10-22T18:38:00.002-07:002014-07-09T08:12:56.956-07:00O mais cruel exercício à paciência - Livia Leal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Ize5V3bayNM/U71b0L0ZObI/AAAAAAAAAhA/W8FJYFt_VhI/s1600/7123350237_9ec86d2274_z.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Ize5V3bayNM/U71b0L0ZObI/AAAAAAAAAhA/W8FJYFt_VhI/s1600/7123350237_9ec86d2274_z.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Aprender a conviver com aquilo que não podemos mudar é o exercício mais cruel à nossa paciência. Quando lidamos com algo pelo qual podemos nos responsabilizar, vislumbramos como alternativa a possibilidade de mudança por meio da atitude positiva. No entanto, diante de acontecimentos que escorrem pelos nossos dedos e que nos influenciam sem que tenhamos qualquer chance de reação, vemos como única opção a submissão ao poder incerto de transformação do tempo. Aceitar que, embora sujeitos de nossa própria existência, dependemos muitas vezes desse traiçoeiro aliado requer um imenso esforço diário, que deve ser capaz de tirar dos nossos ombros a responsabilidade que é do mundo.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
"Muss es sein? Es muss sein!"</div>
<br />
<br />Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-62921329180543900842013-09-27T18:52:00.000-07:002013-09-27T18:52:40.051-07:00How To Be Alone - Tanya Davis<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/0FxMCZ4OzL4?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />
"Society is afraid of alone though. Like lonely hearts are wasting away in basements. Like people must have problems if after a while nobody is dating them. But lonely is a freedom that breathes easy and weightless, and lonely is healing if you make it. You can stand swathed by groups and mobs or hands with your partner, look both further and farther in the endless quest for company.<br />
But no one is in your head. And by the time you translate your thoughts an essence of them may be lost or perhaps it is just kept. Perhaps in the interest of loving oneself, perhaps all those “sappy slogans” from pre-school over to high school groaning, we’re tokens for holding the lonely at bay.<br />
Cause if you’re happy in your head, then solitude is blessed, and alone is okay.<br />
It’s okay if no one believes like you, all experience is unique, no one has the same synapses, can’t think like you, for this be relieved, keeps things interesting, life’s magic things in reach, and it doesn’t mean you aren’t connected, and the community is not present, just take the perspective you get from being one person in one head and feel the effects of it."Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-27413490160394274252013-09-22T19:35:00.000-07:002014-07-09T08:13:39.889-07:00Maternidade - Uma História Muito Interessante<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-yugXVoEB2r8/U71cHwtNuSI/AAAAAAAAAhU/O_AGp2gSbUQ/s1600/images+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-yugXVoEB2r8/U71cHwtNuSI/AAAAAAAAAhU/O_AGp2gSbUQ/s1600/images+(1).jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
A Bíblia relata um julgamento histórico em que um rei, na qualidade de julgador de seu povo, precisa decidir sobre a maternidade de uma criança de colo. Narrados os fatos pelas querelantes, as duas estavam dormindo com os seus filhos recém-nascidos junto a elas, quando uma delas sufocou o seu filho com o peso de seu próprio corpo, matando-o. Aproveitando-se do adormecimento da outra mãe, retira o filho desta, trocando as crianças. As duas alegam a maternidade da criança viva, sem trazerem nenhuma prova ao rei, além de suas versões do fato. </div>
<div style="text-align: justify;">
O sábio Rei Salomão, recém empossado no trono, se deparou, talvez, com o julgamento mais difícil de seu reinado. Entretanto, prontamente lhe veio a solução. Pediu uma espada e, diante da inexistência de provas, resolveu sentenciar utilizando-se da equidade. Determinou partir a criança em duas partes, dando às querelantes uma parte cada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Uma delas prontamente aceitou a sentença, esperando a sua execução, para receber a sua parte. A outra, porém, o seu ventre se moveu e disse que não precisava fazer mal à criança. Se isso fosse realmente necessário, a criança poderia ser entregue à outra para que permanecesse viva.</div>
<div style="text-align: justify;">
O rei, quando viu a atitude desta última, percebeu que ela era realmente a mãe da criança e determinou que a entregassem a ela. </div>
<div style="text-align: justify;">
Qual foi o critério utilizado pelo rei para determinar a maternidade? Teria sido o critério biológico? Os laços consanguíneos são capazes de modificar a conduta de uma pessoa, de modo a zelar por uma pessoa indefesa e de se privar de muitas coisas em favor desta criança? Qual foi a garantia de que a mulher que quis preservar a criança da partilha sanguinária era a mãe biológica?</div>
<div style="text-align: justify;">
A resposta deve ser negativa. O que modifica a conduta humana não é um laço de sangue, mas a convivência, a dedicação desmedida e o amor, fazendo com que as pessoas se modifiquem para atender às necessidades daqueles que amam. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
NEVES. Rodrigo Santos. Filiação, afeto e o padrasto: como tutelá-los. In: Revista Síntese de Direito de Família, n° 69, dez-jan, 2012.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-46486824929661516542013-09-04T20:47:00.000-07:002014-07-09T08:14:23.302-07:00O que fiz de minha vida? - Por Livia Leal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Quem nunca se pegou pensando nos sonhos que tinha quando criança, no desejo de virar bailarina, músico, astronauta, ou até mesmo professor, nos planos que criava para a família que iria ter, para a casa que iria construir, para o carro que iria dirigir, para a pessoa que iria ser? Quem nunca se deu conta de como o tempo passa rápido, de como os nossos sonhos vão ficando pelo caminho e outros novos vão surgindo, mas sem a simplicidade dos anteriores?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A vida adulta é mais difícil do que imaginávamos e muito mais exigente do que gostaríamos. Bem aventurados aqueles que conseguem manter-se fieis aos sonhos de criança e driblar as cicatrizes do tempo, serem plenamente realizados. Será que eles existem?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu mesma tento manter acesos meus sonhos de criança, mas hoje eles estão abafados, guardados e adiados por desejos que não são genuinamente meus, por prioridades impostas pelo tempo, que corre em uma outra sintonia que não é a minha, que é a de um outro alguém que foi sendo esculpido à medida em que a vida foi exigindo mais de mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que fiz de minha vida? Nem eu mesmo sei. Estou vivendo uma órbita diferente, em um tempo que não reconheço como meu. Tento me encontrar, mas, na verdade, preciso me resgatar no ponto em que me despi de meus objetivos autênticos, de minha crença no mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus sonhos de criança seguem adormecidos até que a mesma força do tempo possa reavivá-los. Enquanto isso, sigo buscando um refúgio só meu, um lugar “onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros, e nada mais...”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Elis sabia das coisas.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-64806130800698527642013-06-28T10:47:00.001-07:002014-07-09T08:14:53.390-07:00Sparky<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-oLLWetQ-tuU/U71cWmrKvPI/AAAAAAAAAhk/PgloKt00gz8/s1600/images+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-oLLWetQ-tuU/U71cWmrKvPI/AAAAAAAAAhk/PgloKt00gz8/s1600/images+(2).jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele foi reprovado em todas as matérias na sétima série. Foi reprovado em física no científico, com nota zero. Sparky também foi reprovado em latim, em álgebra e em inglês. Nos esportes, ele não foi nada melhor. Conseguiu entrar para o time de golfe da escola, mas perdeu o único jogo importante da temporada. Quando promoveram um jogo de consolação, ele também perdeu. Durante todo o tempo na escola, Sparky teve problemas com sociabilidade. Os outros alunos nem chegavam a não gostar dele, porque ninguém lhe dava importância suficiente para isso. Se algum colega lhe cumprimentasse, fora do horário de aula, era uma surpresa para Sparky. É como se ele não existisse. Não se sabe como foi sua vida sentimental, mas ele nunca convidou uma garota para sair, durante todo seu tempo na escola. Tinha medo de ser rejeitado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele era um perdedor. Todo mundo sabia disso. Até ele mesmo. Mas havia uma coisa muito importante para ele: desenhar. Seus desenhos eram seu orgulho.</div>
<div style="text-align: justify;">
Certo é que ninguém, além dele mesmo, gostava dos desenhos. No último ano do científico, ele ofereceu alguns quadrinhos para os organizadores do livro de formatura. Os quadrinhos foram rejeitados. Mas Sparky estava convencido de seu talento e resolveu se tornar um artista profissional. Escreveu uma carta para os estúdios Walt Disney. Pediram que mandasse umas amostras do seu trabalho e sugeriram um tema para ele desenvolver. Ele desenhou os quadrinhos propostos. Trabalhou durante largo tempo. Esmerou-se tanto que acrescentou uma série de outros quadrinhos, além dos solicitados. Finalmente, quando recebeu a resposta dos estúdios Disney, descobriu que fora rejeitado. Mais uma derrota para o perdedor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele decidiu, então, escrever sua própria biografia em quadrinhos. Descreveu a si mesmo quando criança – um garoto perdedor e que nunca conseguia se sobressair. Logo, o personagem de quadrinhos se tornaria famoso no mundo todo. Isto porque Sparky, o garoto para quem tudo dava errado, cujo trabalho fora rejeitado vezes sem conta, era Charlie Schulz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Isso mesmo: o criador da tira Peanuts, do cachorro Snoopy e do pequeno personagem Charlie Brown. Um garotinho cuja pipa nunca voava e que nunca conseguia chutar uma bola de futebol.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-11518636581480844042013-06-21T19:11:00.002-07:002014-07-09T08:16:04.790-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ffqqmCGC2S4/U71cqs37kLI/AAAAAAAAAh0/IGN1KztGQM4/s1600/1016644_602623899761939_1784987838_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-ffqqmCGC2S4/U71cqs37kLI/AAAAAAAAAh0/IGN1KztGQM4/s1600/1016644_602623899761939_1784987838_n.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
“Arthur Mendelson: Quantos dedos você vê?<br />
Patch Adams: Quatro.<br />
Arthur Mendelson: Não, não! Olhe além dos dedos! Agora me diga, quantos você vê?…<br />
Arthur Mendelson: Você está focando no problema. Se focar no problema, não conseguirá ver a solução! Nunca foque no problema! Quantos você vê?<br />
Arthur Mendelson: Olhe além dos dedos!<br />
Patch Adams: …… oito!<br />
Arthur Mendelson: Oito! Oito! Isso! Oito é uma boa resposta! Veja o que ninguém mais vê! Veja o que todos os outros escolhem não ver… sem medo, conformismo ou preguiça. Veja um mundo todo novo a cada novo dia!”Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-37741156028041666892013-06-21T19:08:00.001-07:002013-06-21T19:09:14.080-07:00<div style="text-align: justify;">
"Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém (...) Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Charles Bukowski</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-58614760075948866032013-04-30T18:53:00.001-07:002013-04-30T18:53:57.307-07:00Sem Aviso - Clarice Lispector<div style="text-align: justify;">
"Também não sabia no que dá mentir: Comecei a mentir por precaução, e ninguém me avisou do perigo de ser precavida, e depois nunca mais a mentira descolou de mim. E tanto menti que comecei a mentir até a minha própria mentira. E isso - já atordoada eu sentia - era dizer a verdade. Até que decaí tanto que a mentira eu a dizia crua, simples, curta: eu dizia a verdade bruta."</div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-16259665179606778692013-04-24T16:26:00.000-07:002014-07-09T08:15:20.970-07:00Apenas o Fim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-EkW9_U4TLbQ/U71ce6PhzBI/AAAAAAAAAhs/1RWLjXwO9D8/s1600/ads_apenas_o_fim.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-EkW9_U4TLbQ/U71ce6PhzBI/AAAAAAAAAhs/1RWLjXwO9D8/s1600/ads_apenas_o_fim.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>E agora?</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Agora é o resto das nossas vidas.</i></div>
Livia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-14503847214446586442013-04-19T06:51:00.003-07:002014-07-09T08:16:45.997-07:0020 Anos Blues - Elis Regina<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-GYnIwc4HZBc/U71cxVDeHRI/AAAAAAAAAh8/Rlk2BCSyFH8/s1600/elis-regina-pimentinha-cf12d.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-GYnIwc4HZBc/U71cxVDeHRI/AAAAAAAAAh8/Rlk2BCSyFH8/s1600/elis-regina-pimentinha-cf12d.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
Ontem de manhã quando acordei<br />
Olhei a vida e me espantei<br />
Eu tenho mais de vinte anos<br />
E eu tenho mais de mil<br />
Perguntas sem respostas<br />
Estou ligada num futuro blue<br />
<br />
Os meus pais nas minhas costas<br />
As raizes na marquise<br />
Eu tenho mais de vinte muros<br />
O sangue jorra pelos furos<br />
Pelas veias de um jornal<br />
Eu não te quero, eu te quero mal<br />
<br />
Essa calma que inventei, bem sei<br />
Custou as contas que contei<br />
Eu tenho mais de vinte anos<br />
E eu quero as cores<br />
E os colirios, meus delirios<br />
Estou ligada num futuro blue<br />
<br />
Os meus pais nas minhas costas<br />
As raizes na marquise<br />
Eu tenho mais de vinte muros<br />
O sangue jorra pelos furos<br />
Pelas veias de um jornal<br />
Eu não te quero, eu te quero mal<br />
<br />
Ontem de manhã quando acordei<br />
Olhei a vida e me espantei<br />
Eu tenho mais de vinte anosLivia Lealhttp://www.blogger.com/profile/08848276964088286686noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7524615836765940965.post-89755764910437053192012-12-27T05:50:00.001-08:002012-12-27T05:54:15.661-08:00O acaso – O Curioso Caso de Benjamin Button<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></strong> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/zYeUWB4SU2s?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“Às vezes estamos em uma rota de colisão e não sabemos.
Quando é um acidente ou destino, não há nada que podemos fazer. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma mulher em Paris está indo fazer compras. Mas ela
esqueceu o casaco e volta para pegá-lo. Quando ela pega o casaco, o telefone
toca. Então ela para para atender e conversa por alguns minutos. Enquanto a
mulher está no telefone, Daisy ensaia na Casa de Ópera. E enquanto ela ensaia,
a mulher que estava no telefone sai para chamar um táxi. Um motorista de táxi
se adianta e deixa uma cliente mais cedo. E ele para para tomar uma xícara de
café. Enquanto isso, Daisy continua ensaiando. E o motorista do táxi que deixou
o cliente mais cedo, e parou para tomar café, pega a mulher que está indo fazer
compras e chamou o táxi mais cedo. O motorista do táxi é forçado a parar devido
ao homem que atravessa a rua e está indo trabalhar 5 minutos depois do que
normalmente iria, porque ele esqueceu de ligar o despertador. Enquanto o homem
atrasado atravessava a rua, Daisy termina o ensaio e está tomando seu banho. Enquanto
Daisy está no banho, o motorista do táxi está esperando fora da butique a
mulher pegar o embrulho que não está empacotado porque a garota que devia estar
empacotando brigou com seu namorado na noite anterior e esqueceu. O pacote foi
entregue e a mulher voltou para o táxi, que é bloqueado por um caminhão de
entregas, enquanto Daisy está se vestindo. O caminhão de entregas sai e o táxi
pode se mover, e a Daisy que acabou de se vestir está esperando por um amigo
que está amarrando os sapatos. Enquanto o táxi está parado por causa de um
sinal, Daisy e o amigo saem pela porta de trás do teatro. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E se só uma coisa acontecesse diferente, se a garota não tivesse
brigado com o namorado ou se o caminhão de entregas tivesse saído momentos
antes, ou se o pacote tivesse sido entregue prontamente, que no caso a garota
não teria brigado com o namorado, ou o homem tivesse ligado o alarme e tivesse
acordado 5 minutos mais cedo, ou se o motorista de táxi não tivesse parado para
tomar uma xícara de café, ou se a mulher não tivesse esquecido o casaco e pego
o primeiro táxi, Daisy e o seu amigo teriam atravessado a rua e o táxi teria
seguido adiante. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas a vida é o que é, uma série de acontecimentos e
acidentes, que homem algum tem controle. E o táxi não seguiu adiante. O
motorista se distraiu um momento antes e o táxi atropelou Daisy.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Liviahttp://www.blogger.com/profile/11218590074459298512noreply@blogger.com0